Minissérie Bíblica


Mini Novela, Diná 1– A filha de um pastor

 

A noite estava tranquila, o céu parecia um lençol de veludo azul escuro e as estrelas brilhavam como pequenos diamantes, que faziam com que a noite fosse diferente.
Jacó como de costume estava sentado atrás da sua tenda, na companhia de seus filhos, os quais gostavam de escutar as histórias que Jacó contava de seu pai Isaque e do avô Abraão, a cada noite eles disfrutavam esse momento.
De repente alguem se aproxima gritando e correndo no meio da escuridão – Senhor ! Senhor! – Era Zilpa a serva de Lia a primeira esposa de Jacó.
Senhor venha correndo é chegada a hora, Lia está quase dando à luz ! – Disse Zilpa.
Todos se levantaram e correram em direcção da tenda de Lia, o alvoroço era intenso, Jacó ria de alegria e levantava as mãos agradecendo a Deus por mais um filho.
-Por favor deixem-me passar!- Disse Bila a serva de Raquel que era a segunda esposa de Jacó e a irmã de Lia. – Vamos, saiam da frente tenho que passar com esta bacia de água!
Lia estava deitada, e gemia com dores , Zilpa e Bila a ajudavam e a tranquilizavam.
- Vamos Lia! Você pode, força! – Raquel estava na entrada da tenda e enquanto olhava a sua irmã de longe, passou as mãos pelo seu ventre e pensava: “Oh Deus de Israel algum dia o Senhor abrirá a minha matriz e poderei dar um filho ao meu amado Jacó.”
Raquel abriu as cortinas da tenda e saiu correndo. Jacó vendo a Raquel se entresticeu por ela, mas a alegria que ele sentia era tão grande por ser pai de novo que não se moveu da frente da tenda de Lia.
- É uma menina! É uma menina! – Gritou Zilpa – No meio de tantos filhos varões faltava a graça de uma menina!
Os olhos de Jacó e de seus filhos se encheram de lagrimas ao escutar a noticia do outro lado das cortinas.
Todos se abraçaram e ficaram felizes que o parto correu bem.
Jacó entrou na tenda e o seu coração se encheu de ternura quando viu a sua filha nos braços de Lia. – Obrigada por mais uma vez me fazer um homem feliz dando-me uma filha – Disse Jacó a Lia beijando-lhe o rosto. Lia fechou o olhos e suspirou profundamente e no seu interior agradecia a Deus.
Jacó segurou a sua filha nos braços e não parava de chorar – Porque chora Jacó? – Perguntou Lia – Ela é tão linda se parece com a minha mãe Rebeca!
E levantando a menina aos céus agradecia a Deus.
Diná! – Disse Lia – Assim se vai chamar a nossa filha, Diná! Porque mais uma vez Deus  julgou a minha causa.
Diná cresceu num lar cheia de amor e mimos, seus pais criam e serviam ao Deus de Israel.
Eles lhe ensinavam a fé viva e ela cresceu feliz, tinha uma família abençoada, cheia de amor e paz.
Diná gostava de correr pelos campos, sentir o vento no rosto. Sua mãe sempre ficava preocupada e gritava seu nome cada vez que ela sumia entre os imensos campos e as pequenas dunas de areia que cobriam tudo ao redor.
Na verdade ela gostaria mesmo era de ir com os irmãos, quando eles saíam cedo para o campo, para pastorear as ovelhas, mas não podia, ela era uma menina e isso era trabalho para os homens, mas sempre tratava de seguir-los escondida até que um deles a descobria e a devolvia ao acampamento.
“Por favor pai, me conta a historia do meu bizavô Abraão e meu avô Isaque, conta, conta”, disse Diná puxando a túnica de seu pai Jacob.
“Esta bem filha, senta aqui”, respondeu querendo agradá-la.
Diná prestava muita atenção ao que seu pai lhe contava, ela achava o máximo e admirava muito a fé e a coragem de seu bizavô e como tudo tinha acontecido.
Diná avista seus irmãos ao longe e pula do colo do pai e sai correndo ao encontro deles, todos a levantavam e ela se sentia o centro das atenções.
Eles lhe faziam todas as vontades, afinal de contas ela era a única menina na família e todos a sob protegiam.
O tempo foi passando e Diná se transformando em uma linda moça, era inquieta, alegre e cheia de energia, mas ao parecer aquela mesmice começou a incomodá-la.
Diná não aguentava mais aquela vida pacata e segura, agora ela queria algo diferente, novidades, novas emoções…
Continua...






Mini Novela Diná 2 – Encurralada

 

Diná despertou com a voz dos seus irmãos. Eles estavam voltando de pastorear os rebanhos, e era uma alegria quando eles regressavam. Às vezes eles ficavam muitos dias, e até mesmo semanas pastoreando os rebanhos no campo.
- Diná! Diná! Aonde você pensa que vai desse jeito? – Disse Lia
- Mãe meus irmãos chegaram, quero ir abraçá-los!
- Eu sei filha! Mas você já não é uma menininha, você já é uma moça! Não pode mais sair correndo de qualquer maneira e vestida desse jeito!
Enquanto Lia falava Diná olhava para a sua roupa de dormir, uma simples túnica de linho branco.
- Mas mãe sempre saí assim para ver os meus irmãos!
- Sim filha mas você cresceu! E já é momento que aprenda a se comportar. Vem para aqui, pertinho de mim! – Disse Lia fazendo um sinal com a mão para que Diná se sentasse.
Lia era uma mãe muito carinhosa e amava muito a sua filha, sempre que ela olhava para o lindo rosto de Diná agradecia a Deus pela beleza com que Ele tinha presenteado a sua filha. Mas ao mesmo tempo o seu coração de mãe se preocupava, porque Diná era uma menina muito inquieta e curiosa.
- Filha você é muito linda! E você é uma menina especial! Você pertence a uma família que Deus escolheu! Lembra da história que seu pai sempre conta de Abraão e de Isaque?
- Sim mãe – disse Diná atenta às palavras de sua mãe, enquanto esta lhe fazia uma linda trança no cabelo.
- Um dia minha filha o seu pai vai escolher um homem que crê no nosso Deus para ser o seu marido! – Diná deu um sorriso e abaixou a cabeça, com o rosto vermelho de vergonha.
- Sim filha! Um homem que te ame e te faça muito feliz e você possa dar muitos filhos para ele. Por isso você deve se comportar e se guardar até esse dia! Eu quero o melhor para você! – Diná abraçou a sua mãe fortemente, e a beijou com ternura.
- Bom agora só falta trocar essa roupa! – Disse Lia ajudando Diná a colocar um vestido azul celeste.
- Agora sim, pode sair da tenda para ver os seus irmãos!
Diná saiu correndo, mas ao sair da tenda lembrou-se que tinha que ser diferente, parou de correr e foi na direcção de seus irmãos.
- Diná! – Gritou Rubem o irmão mais velho, enquanto a carregava nos braços e rodopiava com ela, dando voltas sem parar. Diná ria de felicidade ela sabia que os seus irmãos a amavam muito.
No outro dia Diná estava sentada junto de Zilpa fazendo pão, e as duas se divertiam jogando farinha na cara uma da outra, mas quando Diná olhou para o campo viu que seu pai estava conversando com sua mãe e com a sua tia Raquel, e parecia nervoso. Diná se encheu de curiosidade e caminhou na direcção deles escondida entre os arbustos secos para que eles não a vissem. Não conseguia escutar muito bem qual era o assunto, mas entendeu que algo Deus havia falado com o seu pai. Diná se levantou correndo de entre os arbustos e voltou para o acampamento antes que seus pais chegassem.
Naquela noite Jacó reuniu a toda a sua familia e contou tudo o que estava acontecendo e que eles iam partir para uma nova terra.
E assim Diná chegou com seus pais e com toda a familia à cidade de Siquém, e alí perto armaram o acampamento nas terras que seu pai tinha comprado de Hamor.
Hamor era o principal da cidade e tinha um filho de nome Siquém, era um rapaz alto forte com aparência formosa, mas muito mulherengo e aproveitava da posição que tinha por ser o filho do homem mais importante da cidade.
Diná estava eufórica, lugar novo, tudo diferente. Hora de montar as tendas e colocar tudo no lugar, eram muitas coisas para organizar. Enquanto os homens se responsabilizavam por montar as tendas bem seguras para não cair, as mulheres iam esticando as cortinas do lado de dentro e arrumando os objetos.
Diná parecia um pouco distante, estava observando o que havia ao redor, -Diná! Vem ajudar, gritou Lia já um pouco impaciente.
“Estou indo mãe, respondeu ela correndo mas olhando para trás.”
Alguns dias se passaram e Diná andava inquieta e pensou consigo mesma, “Ai, estou muito curiosa por conhecer as meninas aqui da terra de Siquem, quem sabe a vida delas é mais divertida e menos monótona que a minha, se eu for ninguém vai dar conta”, assim que olhou ao redor e não vendo ninguém por perto, escapou sozinha.
Vocês viram Dina?, pergunta a mãe as suas servas.
“ Não, minha senhora, deve ter ido caminhar um pouco”.
“ Hum, não gosta nada que ande por aí sozinha, não conhecemos ninguém ainda, pode ser perigoso”, disse Lia com ar preocupado.
Diná parecia não ter medo,  ao entrar na cidade ficou encantada pois tudo era novidade para ela e bem diferente ao que seus olhos estavam acostumados a ver mas não imaginava os perigos que enfrentava.
Andar só, no meio de desconhecidos e de um povo pagão era arriscado, mas a curiosidade a levou a sentir a necessidade de ir “espreitar” o mundo. Diná era muito bonita e despertava os olhares das pessoas da cidade.
“Quem é aquela jovem?”, perguntou Siquém, filho do príncipe daquela terra.
“Não sei meu senhor, nunca a vimos antes por aqui, parece ser estrangeira”.
O perigo se aproximava, Diná, sozinha e inocente estava agora no meio de lobos e não sabia como se defender.
Ela não imagina o que estava prestes a acontecer, estava encurralada….


Mini Novela, Diná 3 – Inconsolável

 

 

Siquém era uma cidade moderna com um grande muro de pedra que cercava toda a cidade, as casas eram de pedras brancas, e todas as ruas estreitas davam em uma rua  principal que mais parecia um mercado, alí se vendia de tudo, e havia uma fragância no ar de mistura de especiarias, os mercadores gritavam oferecendo as suas mercadorias e os compradores regateavam os melhores preços, a cidade era muito movimentada e Diná caminhava encantada com tudo o que via, principalmente com uma das bancas que vendia tecidos, ela nunca tinha visto tecidos  tão bonitos e de todas as cores.
- Bom dia Jovem! Gostou dos tecidos? Olhe este é de algodão egípcio! – disse o comerciante com um tecido amarelo nas mãos – tenho certeza que fará um vestido lindo e a cor combinará com o seu cabelo castanho!
- Não, obrigada! – disse Diná com a voz baixa e envergonhada. Para Diná falar com desconhecidos era algo incomodo, pois nunca tinha saído do seu acampamento e do meio do seu povo.
O jovem Siquém, filho de Hamor, o principal da cidade observava a Diná de longe e a seguia sem que ela se desse conta. Ele se sentiu atraído por ela desde o primeiro momento que a viu entrando na cidade, jamais ele tinha visto uma moça tão bonita como Diná.
- Moça vai querer comprar as telas ou não? – disse o comerciante já impaciente.
- Não senhor! – disse Diná virando as costas e batendo de frente com o jovem Siquém. Diná levantou o rosto e o seu olhar se cruzou com o olhar sedutor de Siquém.
- Olá linda moça, quem é você? – perguntou Siquém.
- Sou Diná, filha de Jacob, nos mudamos para aqui faz pouco tempo, e vivemos no acampamento fora da cidade.
- Oh! Vocé é filha do homem que comprou as terras ao meu pai. Não fazia ideia que tinha uma filha tão linda!
Diná ficou com o rosto vermelho e baixou a cabeça com um sorriso envergonhado.
- O que você faz aqui sozinha? Porque estás sozinha, certo? Escapastes do acampamento? – disse Siquém com um sorriso comprometedor.
Diná ficou em silencio e por um momento a sua mente dava voltas e falava consigo mesma: “Diná, que estás fazendo aqui e falando com um desconhecido? Se teus pais e teus irmãos te vêm! Meu Deus ele é um pagão que estou fazendo falando com ele! Melhor volto para casa!”
- Já devo voltar para o meu acampamento! – disse Diná com uma voz decidida e virando as costas para Siquém.
- Espera! disse Siquém puxando o braço dela.
-Vem comigo na minha casa, deixe eu lhe dar agua para beber, não vá sentir sede no caminho! – disse Siquém. O que ela não sabia era que ele estava já com segundas intenções em seu coração.
Assim que entraram na casa ele começou com galanteios e palavras bonitas e tentou agarrá-la.
Ela, que nunca tinha saído do aconchego de sua família, acreditava fácil nas pessoas, e se deixava levar.
“Não! Me solte, deixe eu ir embora”, gritava Diná, mas seus irmãos não estavam por perto para defendê-la.
“Pára, você vai ser minha, custe o que custar”, dizia Siquém tentando segurá-la.
Ele a desejou com intensidade e a tomou à força e a violou.
Diná chorava e se sentia devastada, humilhada e suja, como explicar o acontecido como borrar o passado? – Meu Deus e agora! Que vai ser de mim! – disse Diná com os labios quase fechados e com as mãos apertadas contra o seu corpo.
Estava profundamente arrependida de ter saído da segurança de sua casa e por ter sido curiosa e descuidada.
Diná se levantou com as poucas forças que tinha limpou o rosto e se dirigiu à porta de saída.
- Espera! – disse Siquém
- Você não tem ideia do que você acabou de fazer com a minha vida! – disse Diná chorando.
- Mas eu quero você para mim eu te amei desde o primeiro momento que te vi.
Diná saiu correndo deixando Siquém para trás.
Agora só lhe restava chorar e voltar para o aconchego da sua família.
Diná vinha correndo e chorando como louca de volta a casa, como explicar a situação, o que dizer agora a seus pais e seus irmãos?
“Como fui tonta, nunca deveria ter saído, como pôde ser tão mau e cruel, o odeio”, dizia Diná correndo e soluçando.
Mas Siquém ficou apaixonado por ela  e queria porque queria que ela fosse sua esposa.
- Pai, por favor, fale com o pai dela, eu a amo e quero casar com ela – suplicava Siquém a seu pai Hamor.
Ao entar no acampamento Diná perdeu as forças e deixou o seu corpo cair no chão, não aguentava mais, a sua mente era bombardeada de pensamentos e por um momento desejou que o tempo voltasse atrás.
- Minha senhora venha depressa, Diná vem correndo muito, parece que esta chorando – disse uma das servas de Lia.
- O que aconteceu minha filha, porque você esta chorando desse jeito? – disse Jacob abraçando a menina.
- Pai, eu! Eu! – fale logo Diná, me está deixando agoniado – disse Jacó já impaciente.
- Eu saí para conhecer as filhos da terra, só queria fazer amigas, mas um homem me violou! – soluçava ela de joelhos, agarrada as pernas do pai.
Lia estava desconcertada – Vem minha filha, vamos tomar um banho, se acalme.
Os irmãos de Diná ainda não tinham voltado do campo, Jacob preferiu manter-se em silencio até que eles chegassem…


 

Mini Novela Diná 4 – O Trato

  


Jacó estava dentro da sua tenda de joelhos e com o rosto no chão, o seu coração estava destroçado, não deixava de pensar na sua filha, e por momentos se recordava de quando ela era pequena, com um suspiro profundo, as palavras sairam da sua boca – Deus de Abraão e Deus de Isaque! Meu Deus e agora o que faço? – e assim permanecia Jacó dentro da sua tenda.
Dentro da tenda de Lia estava Diná sendo cuidada por sua mãe, ela estava muito assustada.
- E agora mãe que vai ser de mim! – dizia Diná chorando.
Lia a apertava contra o seu peito, ambas estavam sofrendo, Jacó estava em silêncio, os seus filhos ainda estavam no campo. Lia não queria nem imaginar o que poderia acontecer, a verdade é que a confusão estava armada, não havia volta atrás, se abriu um espaço para o mal e as consequências não se fazem esperar.
O jovem Siquém contava o sucedido ao seu pai, e lhe suplicava que este fosse falar com Jacó.
- Pai eu amo a Diná, eu quero que ela seja minha esposa!
- Mas meu filho que vamos fazer agora, você sabe que eles são um povo com costumes diferentes aos nossos, não temos nem ideia do que possa passar se vamos lá falar com eles!
- Mas Pai eu estou disposto a dar a minha palavra ao pai dela,  eu a quero  como minha esposa! E não se esqueça que Jacó é um homem muito rico, e isso também nos convém para o crescimento da cidade que formemos parentesco com eles.
Assim Siquém convenceu a seu pai e juntos sairam em direcção do acampamento de Jacó. Ao sair da cidade Siquém viu a banca do mercador de tecidos onde ele e Diná se haviam encontrado pela primeira vez e comprou o tecido amarelo que Diná tinha gostado para lhe levar como presente.
No acampamento se escutava um alboroto, como de costume quando os filhos de Jacó voltavam de pastorear os rebanhos, só que desta vez ninguém saiu ao encontro deles, a não ser Jacó que muito angustiado lhes disse:
- Meus filhos, sucedeu algo terrível, vocês não imaginam o que aconteceu com Diná!
- Fale logo meu pai! Porque o senhor esta tão serio, ela se machucou? – disseram ansiosos.
- Não! Ela se afastou do acampamento, queria ver o modo de vida do povo aqui de Siquém e um homem a violou.
- Como é que é? Vamos lá, ele vai pagar, isso não vai ficar assim, disseram os filhos de Jacó tremendamente revoltados e indignados.
- Quem fez tamanha atrocidade com a filha de Jacob, quem ele pensa que é?
O sentimento de vingança e justiça lhes corria pelas veias, era momento de agir, não iriam deixar barato tamanha afronta.
Hamor e Siquém seu filho se aproximam da tenda de Jacó, com certeza estavam um pouco receosos mas Hamor queria satisfazer o desejo do filho de se casar com Diná.
-Meu filho está enamorado fortemente de vossa filha, peço-vos que lhe deis por esposa, aparentai-vos conosco, dai-nos vossas filhas e tomai as nossas! – pranteou Hamor.
- Ache mercê ante vós e vos darei o que determinardes, dai-me porém a jovem por esposa – suplicou Siquém.
Diná escutou vozes diferentes que vinham do lado de fora da tenda, e curiosa perguntou à sua mãe – quem está lá fora? Mãe meus irmãos voltaram, e agora?
- Calma minha filha! – disse Lia suspirando profundamente.
Diná correu para a saída da tenda e quando espreitou entre as cortinas, não podia crer no que seus olhos viam. Era Siquém! O seu coração estremeceu e todo o seu corpo começou a tremer.
- Mãe é Siquem o rapaz que me forçou a ser dele!
-Que será que ele veio fazer aqui? Que será que eles tanto falam? – perguntou Diná à sua mãe do lado de dentro da tenda, não podia conter a sua curiosidade.
Enquanto Jacó e seus filhos conversavam com Hamor, Siquém olhava ao seu redor, tentando ver onde estava Diná, e a viu espreitando entre as cortinas da tenda, o seu coração se encheu de ternura por ela pois a amava muito, quando o olhar dos dois se cruzou Diná soltou a cortina e ficou em silêncio dentro da tenda.
Os irmãos de Diná foram duros na resposta que deram a Siquém e ao seu pai Hamor. – Não podemos fazer isso, dar a nossa irmã a um homem incircunciso, porque isso nos seria pecado e uma vergonha para o nosso povo.  Só se vos tornardes como nós, circuncidando-se todo os homens entre vós!
Claro, não ha comunhão entre a luz e as trevas, Diná se casar com um homem incrédulo que não cria em Deus, não era uma boa ideia.
Seus irmãos exigiram algo, não somente a Siquém, como também a todo o seu povo, será que eles vão aceitar?
Será que o amor de Siquém por Diná chegava a tal ponto?….


 

Mini Novela Diná (Fim) –

A Vingança

 

 

Tudo parecia sob controle, Hamor e Siquém aceitaram o trato, mas os filhos de Jacó estavam tramando algo, era a honra da sua família que estava em jogo, eles não iam se mostrar débeis perante esta situação.
Jacó entrou na tenda de Lia e ao olhar para Diná seus olhos se encheram de água, na verdade estes jamais foram os planos que ele tinha para a sua única filha.
Mas o mal já estava feito agora Jacó tentava achar uma solução para a vida de Diná.
- Lia, o rapaz Siquém está disposto a se circuncidar, não somente ele como todos os homens de sua familia e de toda a cidade, ele ama a Diná! – disse Jacó com uma voz triste.
Diná ao escutar o que o pai falou arregalou os olhos e se surpreendeu muito, ela achou o jovem Siquém com uma aprarencia bonita, mas quando ela lembrava do que ele lhe fez o seu coração se entristecia.
-Mas Jacó e agora? E Diná? – perguntou Lia
- Diná vai com Siquém e será sua esposa! Já tudo está resolvido entre mim e Hamor!
Jacó abraçou a Diná e lhe deu um beijo. Diná segurou o braço de seu pai e lhe pediu que a perdoara por tudo o que estava acontecendo. Jacó lhe passou a mão no rosto e saiu da tenda.
Hamor avisou todo o povo o que teriam que fazer, pareciam satisfeitos em fazer negócios com Jacó, afinal ele era um homem de Deus, prospero e abençoado.
Não era qualquer um, era muito respeitado, e para eles foi um bom negocio. Convenceram todo o povo que aceitaram a proposta, assim que todos os homens se circuncidaram incluindo o príncipe Hamor e seu filho Siquém.
O premio estava prestes a ser alcançado, Siquém não via a hora de ter Diná entre seus braços para sempre.
Enquanto isso Lia preparava a Diná para leva-la à casa de Siquém.
- Mãe tenho medo! – disse Diná com cara de assustada.
-Calma minha filha! Tudo vai dar certo! Ele te ama e você será uma boa esposa!
-Mas ele não é o homem de Deus que a senhora sempre disse que o meu pai ía escolher para mim! – disse Diná chorando de arrependimento por tudo o que ela tinha feito. Para ela, sair do seu povo era algo assustador mas já não tinha volta atrás.
Ao sair da tenda de sua mãe os seus irmãos a esperavam do lado de fora, Diná tinha tanta vergonha que não conseguia olhar nos olhos deles e simplesmente chorava.
Simeão a abraçou fortemente e a apertou contra o seu peito, ele não conseguia aceitar o que foi feito à sua irmã, todos os outros irmãos se juntaram e se despidiram de Diná. E Assim foi Diná acompanhada de algumas servas e servos de seu pai para a cidade de Siquém rumo a uma nova vida, que ela mesma não conseguia imaginar como seria.
Simeão não se conformava com o que tinha acontecido e não se cansava de repetir para seus irmãos que eles tinham que fazer algo.
-Fazer o quê Simeão? O nosso pai já deu a palavra dele! – disse Rubem o irmão mais velho.
-Mas Rubem, é a honra da nossa irmã e o nome da nossa familia!- disse Levi
- Mas que mais que vocês querem, o rapaz vai se circuncidar e vai casar com ela!, disse Rubem dando as costas para os seus irmãos. E assim cada um deles voltou para os seus afazeres.
Mas algo terrível estava por acontecer, aquela paz aparente estava por terminar e tornar-se em tragédia.
Ao terceiro dia quando os homens de Siquém sentiam fortes dores, dois dos irmãos de Diná, Simeão e Levi, tomaram sua espada, entraram inesperadamente na cidade e mataram todos os homens, incluindo o príncipe Hamor e o seu filho Siquém, tomaram Diná da casa de Siquém e saíram.
Se escutou um murmurinho ao longe, Jacob saiu para avistar o que estava acontecendo e levou tamanha surpresa.
Seus filhos voltavam de mãos cheias e com Diná.
-Que fizeram? Agora serei odiado entre os moradores desta terra, virão contra nós e serei destruído, eu e a minha casa – disse Jacob a seus filhos.
-Abusaria ele de nossa irmã, como se fosse uma prostituta?
Quem diria que um simples passeio curioso iria terminar em tragédia e acarretar tantas consequência?
Assim que Jacob teve que mudar-se daquele lugar e foi viver em Betel, e Deus não deixou que os povos os perseguissem para mata-los.
Seguramente Diná se arrependeu amargamente do dia que teve curiosidade pelo mundo e foi em busca de novas aventuras, conhecer coisas diferentes e fazer novas amizades.
O mundo é muito traiçoeiro e ruim, ainda que não queira se apresentar dessa maneira.
FIM
(Esta mini novela foi baseada na historia de Diná, descrita em Genesis 34)






Mini Novela Acsa 1 – A filha de um Herói

 

No acampamento os objetos de guerra estavam por todos lados, espadas, lanças, armaduras, escudos.
Eram tempos de guerra e conquistas, o maior interesse de todos naquele tempo eram as terras. Tudo dependia delas, o lar, alimento, segurança financeira e politica  e capacidade de criar uma família.
Calebe estava com o povo de Israel para expandir o seu território, sem duvida alguma ele era um homem destemido, exemplo de vitalidade e energia, ele era de fé não vivia pelo que via, mas pelo que cria.
Estava ainda escuro, quando Calebe se prepara para sair para mais uma batalha, la fora fazia frio, o chão estava coberto de geada e o vento se agitava de um lado para o outro.
“Até breve querida, logo estarei de volta”, disse à esposa.
“Ficaremos em oração, va com Deus”, respondeu ela.
“ Deus nos tem dado a vitória em todas as batalhas, Israel tem agora um vasto território, e a terra de Hebrom é sua a partir de hoje Calebe, pois você tem perseverado em servir ao Senhor”, disse Josué apertando a mão de Calebe.
Calebe estava radiante, herdou uma parte de terra no meio dos filhos de Judá, segundo Deus havia ordenado.
Calebe tomou posse da terra de Hebrom juntamente com a sua família.
Mas a luta continuava em busca de mais terras, e veio uma proposta:
“A quem derrotar Quiriate-Sefer e a tomar, darei a minha filha Acsa por mulher”, prometeu Calebe.
Logo  a noticia se espalhou e todos ficaram sabendo das palavras de Calebe.
“Vai se preparando minha filha, em pouco tempo você será uma mulher casada”, sorri a mãe de Acsa.
“Mae, eu não estou ansiosa, mas eu quero um homem igual meu pai, temente a Deus, valente e determinado”, disse Acsa com uma voz convicta.
“Como você se parece com seu pai, minha filha, você herdou muitas coisas dele, Deus vai preparar todas as coisas”, disse a mãe prendendo o cabelo de Acsa.
Era costume da época os pais arranjarem os casamentos para as filhas, assim que a oferta de Calebe não foi nada incomum.
Calebe ia chegando em casa, quando Acsa lhe saiu ao encontro, -“ Pai, já tens algum voluntario para conquistar a cidade de Quiriate-Sefer? Necessito saber quem é o valente que se dispôs a aceitar o desafio.”
“Sim, minha filha, já temos um voluntario, veremos se ele consegue conquistar a cidade”, disse Calebe entusiasmado.
“Me fala quem é, meu pai, quero saber, se trata do meu futuro marido, por favor fale logo”, diz Acsa rodeando o pai, curiosa para saber de quem se trata.
Continua...



Mini Novela Acsa 2 – Um valente se alista

 

 

Acsa nasceu e cresceu no deserto, tempos em que o povo de Israel caminhava do Egito rumo a Canaã, a terra prometida. Ela cresceu em tempos difíceis, passou a sua infância e adolescência de um lado para o outro com sua família, sem ter lugar certo para repousar ou morar.
Isso fez dela uma mulher forte e valente, o exemplo de seu pai Calebe  influenciou muito na formação do seu caráter  ousado e destemido.
Acsa era uma mulher muito linda ao ponto de Calebe oferecer a sua mão em casamento, para quem conquistasse a cidade de Quiriate-Sefer.
Nenhum pai entregaria a sua filha para qualquer homem, aquele que tomasse a cidade, habitada por gigantes guerreiros, iria mostrar um caráter valente e conquistador, e desse modo merecedor de casar com Acsa.
“Eu conheço a minha filha, Acsa é uma mulher valente, ela precisa de um homem guerreiro ao seu lado, por isso fiz este desafio”, disse Calebe aos amigos.
Otniel não podia perder esta oportunidade, ele estava interessado no troféu, Acsa era uma mulher que todo homem sonhava ter e ele já havia mostrado um interesse por ela. Assim que se dispôs e foi falar com Calebe.
“Tio Calebe, eu vou tomar Quiriate-Sefer, essa cidade já é nossa, Acsa é a minha benção e vou lutar por ela”, diz Otniel com a mão no peito, como que fazendo uma promessa.
“Conto com sua valentia Otniel, seria um prazer dar minha filha para você que é meu sobrinho e um homem temente a Deus”.
Naquele momento Acsa saiu da tenda com um lindo vestido azul céu, ao redor da cintura tinha um cinto de seda dourado, seus cabelos ondulados e castanhos brilhavam ao sol o que realçava mais a sua beleza.
Quando Otniel a viu ficou ensurdecido diante da sua beleza, seus traços eram fortes e ao mesmo tempo delicados, ele não conseguia parar de olhar para ela.
Só de pensar que poderia tê-la como esposa, lhe dava mais animo para conquistar a cidade dos gigantes.
“Venha minha filha, você está diante do homem que se dispôs a tomar Quiriate-Sefer, seu primo Otniel irá para a batalha.”
Acsa ficou vermelha, e olhava Otniel com discrição, seu coração palpitava mais forte, ela estava diante do homem que poderia ser o seu futuro marido. Cresceu escutando seu pai falar da valentia de Otniel em cada batalha e sentia uma admiração por ele.
“Que Deus esteja com você Otniel e lhe dê vitória nesta batalha, desejo que volte  vitorioso para o nosso povo”, disse Acsa sem tremer a voz, com toda a confiança que a caracterizava.
“Com licença, vou me retirar, estaremos em oração”, acrescentou.
Acsa se retirou, querendo disfarçar a sua empolgação, Otniel lhe agradava, mas ela não era daquelas meninas que logo deixava transparecer o seu entusiasmo, assim que entrou na tenda começou a pular de alegria, apertou as mãos e fechou os olhos, dizendo, “Obrigada meu Deus, estou feliz que seja Otniel, faz ele voltar são e salvo”.
Eles cresceram juntos e tinham muitas coisas em comum e uma delas era a fé em Deus e a valentia que tinham aprendido de Calebe.
O dia escolhido para atacar Quiriate-Sefer estava chegando, Otniel andava concentrado preparando tudo nos mínimos detalhes, seria uma guerra perigosa, todos precisavam se preparar, Otniel precisava voltar vivo…
continua...



Mini Novela Acsa 3 –

O casamento


Os dias demoravam a passar, todos estavam ansiosos por noticias, o que será que estava acontecendo no campo de batalha? Mas todos estavam confiantes de que Deus iria dar a vitória  a Israel.
Era ainda de madrugada e Acsa estava dormindo, quando escutou ao longe o ruído da cavalaria, logo levantou a cabeça dizendo : – “Só podem ser eles, nosso exercito voltando de Quiriate, tenho que ir rápido ver.”
Calebe já estava fora da tenda tentando avistar alguma coisa, Otniel vinha montado no primeiro cavalo, aproximando-se da tenda de Calebe.
“Otniel, meu sobrinho, me diga que voltaram com a vitória”.
“Quiriate-Sefer é nossa meu tio, Deus a entregou em nossas mãos.
Enquanto isso Acsa espreitava por detrás das cortinas, a vontade dela era sair mas se conteve.
“ Filha pode começar a preparar tudo para o seu casamento, Otniel já voltou e eu vou cumprir o que prometi.”
A noticia se espalhou com rapidez e começaram os preparativos para o grande dia.
Uns iam montando a  nova tenda para a cerimonia, enquanto as servas se encarregavam do cardápio e de ter todas as iguarias necessárias para o banquete.
Acsa estava entusiasmada com o vestido, todo feito à mão, a costureira se esmerou, estava lindo. O tecido branco de organza, todo bordado e com detalhes em cristais, digno de uma princesa. Acsa não via a hora de estrear o seu vestido.
“Você será a noiva mais linda, minha filha, Otniel vai ficar deslumbrado quando te veja”, diz a mãe acariciando o rosto de Acsa.
Uns dias antes do casamento Otniel foi ver a Acsa, por primeira vez ele pegou na mão dela: “Acsa, estou muito feliz que você vai ser minha esposa, me sinto abençoado.”
“Otniel, você é um valente, um homem de Deus, sei que serei feliz ao seu lado, vejo a mão de Deus em nossas vidas e espero ser a esposa que você merece”, disse Acsa com os olhos fixos no prometido.
Se despediram, pois não se veriam mais até o dia do casamento. Os preparativos seguiam a todo o vapor, todos no acampamento estavam envolvidos nesta grande festa, cada um ajudava de alguma maneira, tudo estava quase pronto.
A  tenda estava no centro do pátio, coberta com tecido branco e dourado. Havia um corredor de flores brancas e lilás, o aroma pairava no ar. As servas já tinham o banquete preparado, as mesas estavam lindas e a comida apetecível.
Os convidados iam chagando, Calebe andava ansioso de um lado para o outro, por sua vez Acsa estava nos últimos retoques, sua mãe a ajudava e ela se via radiante.
“Chegou a hora minha filha, segura meu braço, o noivo já está esperando”, disse Calebe beijando a filha.
Os dois saíram da tenda, todo o povo estava alegre com esta união, Acsa se dirigia a Otniel que a olhava deslumbrado, o casamento foi realizado e a festa durou até o outro dia. Houve musica, danças, comida e muita alegria.
Calebe beijou os dois e lhes disse: “Lhes darei uma terra no Neguebe como presente, para que possais começar vossa vida e vossa família, que Deus os abençoe e lhes dê prosperidade”.
No dia seguinte, Otniel e Acsa prepararam tudo para seguir viajem, eles estavam entusiasmados por um novo começo, mas não imaginavam o que os esperava quando chegassem na nova terra …

Mini Novela Acsa 4– A surpresa

 

Acsa e Otniel iam rumo à sua nova terra, que Calebe lhes deu como presente de casamento.
Levavam consigo alguns servos, suas coisas pessoais e os presentes de boda que receberam dos amigos e familiares.
A viajem foi muito prazerosa, os dois iam fazendo muitos planos para o futuro, conversavam e riam, ao mesmo tempo observavam a paisagem.
As montanhas pareciam um pano de fundo, sua dimensão era impressionante e estavam tão perto que mais parecia um imenso quadro pintado, com suas linhas bem delineadas e toda a perfeição de um verdadeiro artista.
“Oteniel, estou muito feliz e entusiasmada, já quero chegar logo e poder arrumar todas as minhas coisas no lugar”, dizia Acsa olhando inquieta para todos os lados.
“Claro querida, tudo será como você gosta, está em suas mãos”, respondeu Otniel admirando a sua inspiração.
“Sim, eu trouxe uns tecidos lindos de varias cores para a nossa tenda, nosso quarto será vermelho, comprei uma almofadas com detalhes em cristais e uma colcha branca toda bordada, você vai amar”. Acsa não conseguia parar de falar, ela estava imaginando tudo nos mínimos detalhes, até que foi vencida pelo cansaço e dormiu no ombro de seu esposo.
A noite ia chegando e eles pararam para dormir, os cavalos também precisavam descansar e se alimentar.
No dia seguinte o sol saiu com todo seu esplendor, parecia convidar a todos para que se levantassem, Acsa não queria perder tempo, ela desejava chegar ao seu destino o mais rápido possível, por isso foi a primeira a ficar pronta e apressar aos demais.
Seguiram viajem, estavam um pouco cansados, mas o entusiasmo não diminuiu, estavam ansiosos por chegar.
“Ahhh, cuidado, parem os cavalos”, gritou um dos servos.
“Que aconteceu, não podemos parar, devemos seguir”, disse  Otniel.
“Senhor meu, a carruagem da frente quebrou a roda e devemos parar para concertar”.
Enquanto isso Acsa saiu da carruagem e admirava tudo ao redor, sentou numa pedra fechou os olhos e começou a lembrar de quando era ainda criança e viajavam rumo a Terra Prometida, tudo vinha à sua mente, as inúmeras estrelas no céu durante a noite, as risadas das crianças, o entusiasmo e valentia de seu pai, tudo passou na sua mente como se fosse um filme. E agora ela estava viajando mas com seu esposo para um novo começo e isso lhe trazia muita esperança.
“Acsa, Acsa, vem já estamos prontos”.
Ela ouvia essa voz bem distante, não queria abrir os olhos, estava tão gostoso lembrar da sua infância, mas logo lembrou do que esperava por ela, se levantou e correu até Otniel.
“Vamos querida, já falta pouco, queremos chegar antes do anoitecer”.
Acsa de novo adormeceu no caminho, quando abriu um pouco os olhos ainda sonolenta avistou sua nova terra, de imediato arregalou os olhos e interrogou: “Já chegamos Otniel, já chegamos?”
“Sim, já estamos em Terras do Neguebe, nossa nova casa”.
“Uau, que lugar fascinante, ha muita terra aqui, podemos plantar e nossos animais terão espaço suficiente”, dizia Acsa dando voltas com os braços abertos como se fosse uma menina.
Todos começaram a montar as tendas, precisavam dormir um pouco pois na manhã seguinte havia muito trabalho pela frente.
No dia seguinte todos trabalharam muito, mas no final valeu a pena, tudo ficou em ordem e a tenda de Acsa estava linda.
Otniel convidou a Acsa para darem um passeio para ver o lugar e qual foi sua surpresa ao descobrirem que não haviam rios ao redor, não havia agua.
“Otniel, não há agua aqui, fala com meu pai, não podemos ficar em terra seca, que será dos nossos animais e nossas plantações, não poderão sobreviver, vamos morrer de fome.”
“Mas Acsa, seu pai já nos deu a terra, ele cumpriu com sua promessa, não posso exigir mais.”
Acsa não estava conformada, e agora o que vai acontecer, que será do seu futuro em uma terra seca?




Mini Novela Acsa (Fim) – Destemida

 

 

Ao parecer Calebe não conhecia pessoalmente a terra que tinha dado como presente à sua filha Acsa, visto que lá não haviam fontes de agua.
Por sua vez Otniel não acudiu ao pedido de Acsa em falar com seu pai e expôr a situação.
“ Tenho que fazer algo meu Deus, já sei, eu falarei com meu pai, eu sei que ele pode me dar mais, não ficarei de braços cruzados”, disse Acsa determinada.
Assim que preparou viajem para visitar Calebe e explicar o que estava acontecendo, ela sabia que seu pai queria o melhor para ela.
Acsa era uma mulher decidida, ela jamais iria permanecer passiva, vendo que o futuro de sua família estava em jogo.
Não era uma atitude egoísta, ela queria fontes de agua para o bem estar de sua família, pensando no futuro deles.
Ela foi a casa de seu pai, foi um sacrifício, mas era necessário, era isso ou viver na miséria.
“Alguém se aproxima do acampamento senhor, posso avistá-los ao longe”, afirmou um dos servos de Calebe.
“Quem será? Não espero ninguém”.
Quando Calebe se deu conta que era Acsa, ficou preocupado.
“Filha tudo está bem, o que a fez voltar?”, perguntou Calebe abraçando a filha.
“Pai, tudo está bem comigo e Otniel, o problema é que as terras que o senhor nos deu não possuem agua, dá-me um presente; porquanto me deste terra no Negebe, dá-me também fontes d’água.”
“Claro minha filha, não tinha ideia, deixe-me analisar o que vou fazer.”
Então Calebe lhe deu as fontes superiores nas montanhas e as fontes inferiores nos vales.
Acsa voltou com a vitória nas mãos, porque foi decidida e corajosa, agiu com sabedoria e não ficou esperando algo acontecer. Ela estava feliz e Otniel a admirava mais ainda pelo seu caráter persistente.
Suas terras estavam frutificando, os animais se multiplicando, havia prosperidade e abundancia.
O tempo foi passando e certa manhã Acsa acordou muito indisposta, não se sentia muito bem, tinha tonturas e enjôo.
“Que está sentindo Acsa, você está pálida”, disse Otniel já se levantando da cama e dirigindo-se até à esposa.
“Sim, não estou muito bem, preciso vomitar”, respondeu Acsa correndo para o banheiro.
Otniel chamou a serva que veio prontamente para ajudar a Acsa.
“O que ela tem? Me diga, nunca vi assim a Acsa, ela é uma mulher forte”, disse Otniel caminhando de um lado para o outro.
“Não se preocupe meu senhor, Acsa está bem, ela só está gravida”.
“Gravida? Vou ser pai! Meu Deus obrigada, que benção, tenho que contar a novidade”.
Acsa saiu do banheiro um pouco débil, com as mãos na barriga, mas Otniel correu a abraça-la, “um filho, um bebe, vamos ter um bebe, estou tão feliz!”
“Sim, meu amor, Deus nos abençoa agora com um filho, sei que nos trará muita alegria, tenho que contar aos meus pais que serão avós.”
Os meses se passaram e chegou o grande dia que nasceu Hatate.
Acsa foi muito feliz com Otniel , que mais tarde se tornou juiz em Israel, foi um homem abençoado por Deus, um libertador do povo.
Acsa era uma mulher ousada, intrépida e valorosa, espero que a historia dela possa inspirar a muitas.
Há momentos que temos que tomar atitudes, não podemos esperar pelos outros, deixar o tempo passar e ficar de braços cruzados, vamos lutar pelas nossas bênçãos.
Esta historia foi baseada no livro de Josué 15.
FIM



Mini Novela Abigail 1– Mau marido

 

Havia na cidade de Maon um homem muito rico que tinha as suas possessões no Carmelo, três mil ovelhas e mil cabras.
Só que  ele era mau, muito mau, seu nome era Nabal.
Ele era duro e maligno em suas ações, porém casado com uma mulher encantadora, sua esposa Abigail era sensata e formosa.
Eles moravam numa linda tenda, mas Abigail não era feliz, os lindos vestidos, as joias, as festas e as mordomias não podiam substituir a companhia de um esposo amoroso e compreensivo.
Por mais que ela tentasse agradá-lo, ele era grosso e mal educado, ela fazia um esforço enorme para apaziguar seu caráter rude e explosivo, mas parece que nada o comovia.
Certa manhã os dois estavam no quarto, Nabal se arrumava para ir ao Carmelo e Abigail como todas as manhãs tentava puxar conversa e agradar o marido.
“Nabal preparei um café da manhã especial para você, sei que vai voltar tarde e quero que esteja bem alimentado”, dizia Abigail toda graciosa.
“Não era necessário, eu posso muito bem levar para o caminho”, respondeu ele de forma cortante.
Mas Abigail seguiu insistindo em estabelecer uma conversa; “Nabal, que você acha, nós podíamos fazer uma viajem, passar um tempo juntos, nunca separamos um tempo para os dois, você trabalha muito”, disse Abigail colocando café na xicara de Nabal.
“Deixa-te de absurdos, um passeio não pode te dar a comodidade que meu trabalho te da, vai falar que não gosta da vida farta que eu te dou, não sei porque mulher gosta tanto de reclamar”, foi falando alto e saindo do quarto sem ao menos se despedir.
Abigail ficava triste com suas atitudes, mas só lhe restava orar, ela não entendia porque ele é tão ruim e amargado, se ajoelhou sobre a cama e nos seus olhos haviam lagrimas.
Logo entrou uma serva com quem tinha confiança e lhe disse: “minha senhora, não fique assim, a senhora sabe como é o senhor, mas ele gosta da senhora”.
“Não creio que ele goste de mim Miriã, isso não é gostar, quem ama não trata mal, trata bem, quem ama não é egoísta. Mas eu vou ficar bem, não se preocupe comigo”.
Miriã se retirou com todo o café da manhã que Abigail tinha preparado para o marido e que por ele foi rejeitado.
Quando Nabal saiu de casa estavam uns amigos lá fora; “Nabal porque não dás um banquete? Poderíamos fazer uma festa para beber e nos divertir”.
“Até que não é má ideia, pelo menos esqueço um pouco das exigências da minha mulher, pode chamar nossos amigos, amanhã mesmo teremos um banquete”.
Nabal preparou tudo para subir ao Carmelo quando viu que faltava um de seus servos; “onde está aquele inútil do Ramá?”
Respondeu um dos servos já atemorizado, “meu senhor Ramá está muito doente, sua esposa nos mandou avisar que hoje não poderá subir conosco ao Carmelo”.
“Como é que é? Pois fale para ele que perdeu o emprego, não quero homens fracos trabalhando para mim, onde já se viu ficar de cama doente”.
“Mas meu senhor, ele precisa muito deste trabalho, do contrario sua família passará fome”, disse o servo com voz tremida.
“Que me importa, está despedido e pronto, não ouse questionar a minha decisão”.
“Sim meu senhor, assim farei”.
 Quando Nabal chegou em casa de noite, Abigail o recebeu, “Nabal, você pensou no que falamos hoje pela manhã? Você me faria muito feliz se aceitasse minha proposta”, disse Abigail tirando a capa do marido.
“Depois eu penso nisso, por agora prepare um banquete para mim e meus amigos amanhã de noite.”
“Mas, Nabal…”
“Nem mas, nem meio mas, faça o que lhe ordeno, eu mando e você obedece”.
“Sim Nabal, assim farei, vou preparar o melhor”.
Abigail fazia tudo com amor, na noite seguinte fizeram a festa, beberam até cair e Abigail permaneceu sozinha no quarto.

 

 

 

Mini Novela Abigail 2 – O pedido

 


E assim seguiu a vida de Nabal e Abigail, ele em festas com os amigos e ela sempre em segundo plano.
Se passou um tempo e certo dia Davi estava no deserto de Parã. Ele já havia sido ungido por Deus para ser rei, embora ainda não ocupava essa posição pois andava fugido do atual rei Saul que procurava matá-lo para não perder o seu lugar. Davi mandou uns mensageiros até Nabal para saber como ele se encontrava a fim de conseguir alimentos.
“Bom dia senhor, somos enviados da parte de Davi que deseja saber como o senhor está e nos mandou dizer : “Paz seja contigo, e com a tua casa, e com tudo o que tens””, disseram os mensageiros um pouco assustados, conhecendo a má fama de Nabal.
“Falem logo, eu não tenho tempo sobrando”, respondeu Nabal com a dureza que o caracterizava.
Davi pediu para lhe dizer as seguintes palavras: “Agora, pois, tenho ouvido que tens tosquiadores. Ora, os pastores que tens acabam de estar conosco; agravo nenhum lhes fizemos, nem lhes desapareceu coisa alguma por todo o tempo que estiveram no Carmelo. Pergunta-o aos teus mancebos, e eles to dirão. Que achem, portanto, os teus servos graça aos teus olhos, porque viemos em boa ocasião. Dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão.”
Chegando, pois, os mensageiros de Davi, falaram a Nabal todas aquelas palavras em nome de Davi, e se calaram.
“Quem é Davi, e quem o filho de Jessé? Muitos servos há que hoje fogem ao seu senhor.
Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores, e os daria a homens que não sei donde vêm?”, respondeu Nabal.
Então os servos de Davi se puseram a caminho e, voltando, vieram anunciar-lhe todas estas palavras.
“Meu senhor, Nabal é homem rude e não quis nos ajudar.”
Pelo que disse Davi aos seus homens: “Cada um cinja a sua espada.” E cada um cingiu a sua espada, e Davi também cingiu a sua, e subiram após Davi cerca de quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem.
Um dentre os servos, porém, o anunciou a Abigail, mulher de Nabal, dizendo: “Eis que Davi enviou mensageiros desde o deserto a saudar o nosso amo; e ele os destratou. Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados deles, e nada nos desapareceu por todo o tempo em que convivemos com eles quando estávamos no campo. De muro em redor nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas.
Considera, pois, agora e vê o que hás de fazer, porque o mal já está de todo determinado contra o nosso amo Nabal e contra toda a sua casa; e ele é tal filho de Belial, que não há quem lhe possa falar.”
As palavras do servo pareceram justas aos ouvidos de Abigail, ela conhecia o caráter malvado de seu marido e como era uma mulher sensata e bondosa precisava pensar numa estratégia, antes que acontecesse uma desgraça.
Ainda ele sendo mau, ela não iria tomar vingança nem se aproveitar da situação para vê-lo destruído.
Afinal não era bom criar inimizades com o futuro rei de Israel, pois ela sabia que seu marido estava errado. Como ela iria resolver esta questão e livrar a ela e a seu marido teimoso e casmurro?

  

Mini Novela Abigail 3– Mulher sabia

 

Todos estavam tensos com tudo o que estava acontecendo, porem Nabal parecia não estar tão preocupado, ele não era homem de mostrar fraqueza, era demasiado orgulhoso para pedir ajuda ou opinião.
Abigail precisava ser rápida, achar uma solução inteligente, tomar uma atitude sabia. Então Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas assadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos secos, e os pôs sobre jumentos.
 E disse aos seus servos: “Ide adiante de mim; eis que vos seguirei de perto”, porém não o declarou a Nabal, seu marido.
Abigail agiu com sabedoria, se falasse algo a Nabal, poria tudo a perder, ele jamais aceitaria.
 E quando ela, montada num jumento, ia descendo pelo encoberto do monte, eis que Davi e os seus homens lhe vinham ao encontro; e ela se encontrou com eles.
Ora, Davi tinha dito: “Na verdade que em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, de sorte que nada lhe faltou de tudo quanto lhe pertencia; e ele me pagou mal por bem. Assim faça Deus a Davi, e outro tanto, se eu deixar até o amanhecer, de tudo o que pertence a Nabal, um só varão.”
Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, desceu do jumento e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, inclinando-se à terra, e, prostrada a seus pés, lhe disse: “Ah, senhor meu, minha seja a iniquidade! Deixa a tua serva falar aos teus ouvidos, e ouve as palavras da tua serva.
Rogo-te, meu senhor, que não faças caso deste homem de Belial, a saber, Nabal; porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; mas eu, tua serva, não vi os mensageiros de meu senhor, que enviaste.  Agora, pois, meu senhor, vive o Senhor, e vive a tua alma, porquanto o Senhor te impediu de derramares sangue, e de te vingares com a tua própria mão, sejam agora como Nabal os teus inimigos e os que procuram fazer o mal contra o meu senhor. Aceita agora este presente que a tua serva trouxe; seja ele dado aos servos que seguem ao meu senhor.
Perdoa, pois, a transgressão da tua serva; porque certamente fará o Senhor casa firme a meu senhor, pois meu senhor guerreia as guerras do Senhor; e não se achará mal em ti por todos os teus dias.
Quando o Senhor tiver feito para com o meu senhor conforme todo o bem que já tem dito de ti, e te houver estabelecido por príncipe sobre Israel, então, meu senhor, não terás no coração esta tristeza nem este remorso de teres derramado sangue sem causa, ou de haver-se vingado o meu senhor a si mesmo. E quando o Senhor fizer bem a meu senhor, lembra-te então da tua serva.”
Abigail fez um discurso impressionante e cheio de sabedoria, mas será que foi convincente o suficiente para mudar o pensamento de Davi?
Qual será a resposta de Davi a tudo isto, será que ele vai aceitar o gesto e as palavras de Abigail?

 

 

    

 

 

 

Mini Novela Abigail 4– A resposta

 

 

Depois do largo discurso, mas cheio de sabedoria de Abigail ela esperava uma resposta positiva e que Davi aceitasse o seu presente.
Ao que Davi disse a Abigail: “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro! E bendito seja o teu conselho, e bendita sejas tu, que hoje me impediste de derramar sangue, e de vingar-me pela minha própria mão! Pois, na verdade, vive o Senhor Deus de Israel que me impediu de te fazer mal, que se tu não te apressaras e não me vieras ao encontro, não teria ficado a Nabal até a luz da manhã nem mesmo um menino.”
Então Davi aceitou da mão dela o que lhe tinha trazido, e lhe disse: “Sobe em paz à tua casa; vê que dei ouvidos à tua voz, e aceitei a tua face.”
Abigail foi rápida e certeira em suas palavras e assim livrou toda a sua casa da morte. Ela voltou a casa abençoada, mas o que será que lhe esperava?
Nabal, eis que fazia em sua casa um banquete, como banquete de rei; e o coração de Nabal estava alegre, pois ele estava muito embriagado; pelo que ela não lhe deu a entender nada daquilo que tinha acontecido, nem pouco nem muito, até à luz da manhã. Ela sabia que não era o momento certo para falar com ele.
Sucedeu, pois, que, pela manhã, estando Nabal já livre do vinho, sua mulher lhe contou tudo que tinha acontecido no dia anterior, de modo que o seu coração desfaleceu, e ele ficou como uma pedra.
Nabal era um homem mau, não temia a Deus e não queria mudar. Era orgulhoso, egoísta e obstinado, não valorizava a esposa que tinha e só queria saber de festas e bebedices.
Passados uns dez dias, o Senhor feriu a Nabal, e ele morreu.
Abigail merecia ser feliz, Deus vendo a sua fidelidade tinha uma benção para ela, será que ela imagina o que é? Creio que não pois nunca pediu isso a Deus.
Quando Davi ouviu que Nabal morrera, disse: “Bendito seja o Senhor, que me vingou da afronta que recebi de Nabal, e deteve do mal a seu servo, fazendo cair a maldade de Nabal sobre a sua cabeça.”
Davi se lembrou de todo bem que Abigail lhe tinha feito, ele queria de alguma forma recompensá-la, ademais a admirava como mulher, sua atitude de fé e coragem encantaram a Davi.
Ele queria lhe fazer uma proposta, não queria deixar passar a oportunidade.
“Como posso falar com ela, tenho que arrumar uma maneira, ela é uma mulher especial.”
Davi tinha algo em mente, no entanto Abigail seguia a sua vida sozinha, pelo menos agora Deus a tinha livrado de continuar sofrendo com o malvado Nabal.
Na verdade Deus tinha um plano para ela, o que será que vai acontecer agora?

 

 

 

 

 

Mini Novela Abigail 5– O casamento


Abigail era agora uma viúva, mas Deus não a havia desamparado, tinha algo especial preparado para ela.
Por outro lado Davi estava decidido e mandou falar a Abigail, ele queria que ela se tornasse sua esposa.
Abigail estava costurando algumas roupas quando sua serva lhe disse: “minha senhora, os servos de Davi estão aqui no Carmelo e querem lhe falar.”
“Claro manda-os passar”, disse deixando as roupas de lado e preparando-se para ir a recebê-los.
Os servos lhe falaram a proposta do seu senhor: “Davi nos mandou a ti, para te tomarmos por sua mulher.”
Abigail estava surpresa com aquelas palavras, mas não podia deixar de se sentir abençoada por Deus.
Ao que ela se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: “Eis que a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos servos de meu senhor.”
Então Abigail se apressou e, levantando-se, montou num jumento, e levando as cinco moças que lhe assistiam, seguiu os mensageiros de Davi.
Ao vê-la chegar Davi soube que ela tinha aceito a sua proposta e ficou feliz pela sua chegada.
Logo se fizeram os preparativos e Davi se casou com ela. Abigail estava feliz, ela trazia paz e harmonia à casa de Davi, por outro lado ele confiava no bom senso dela, sabia que tinha ao seu lado uma mulher cheia de virtudes.
FIM   

 

 

Mini Novela “Ziva” 1- O Cativeiro

 

Ziva acabava de despertar, pequenos raios de sol entravam entre as cortinas dos seus aposentos, fechou os olhos com muita força e respirou profundamente – obrigada Deus de Israel por mais um dia da minha vida – disse Ziva pulando da sua cama.
Olhou ao redor e viu que os seus irmãos mais pequenos ainda estavam dormindo, caminhou com muito cuidado pois não  queria despertá-los. Ziva era a segunda filha de uma família humilde de Israel, seu pai vendia frutas no mercado da cidade e sua mãe cuidava da casa e bordava à mão lindos vestidos para as famílias mais ricas do seu povo. Todos os dias bem cedo a irmã mais velha de Ziva ia ao poço da cidade buscar água, e como de costume Ziva a acompanhava.
-Bom dia pequena flor – disse Leila a irmã mais velha.
- Deixa eu arrumar esse cabelo – disse Leila penteando e fazendo uma linda trança no cabelo de Ziva – quem sabe você encontra um rapaz bonito hoje no poço – disse Leila brincando com Ziva.
-Pára Leila! Antes de eu casar você tem que casar primeiro – disse Ziva rindo.
-Filhas! – gritou a mãe de ambas que estava cozendo o pão – já está na hora vão rápido para não demorar muito, eu preciso da água.
-Mãe enquanto Leila tira a água do poço eu posso sentar um pouquinho perto do profeta Eliseu, para ouvir as historias que ele conta do nosso Deus? – perguntou Ziva com uma cara de ansiosa.
-Pode minha filha! Mas não se afaste muito da sua irmã.
-Leila! Tenha cuidado minha filha não demorem, o seu pai escutou ontem no mercado que o exercito dos sírios estava rodeando algumas de nossas terras.
Ziva correu para os braços de sua mãe e lhe deu um beijo, as duas se abraçaram fortemente.
-Eu também quero!  – Disse Leila correndo para abraçá-las.
E assim saiu Ziva de sua casa sem imaginar que era a ultima vez que via a sua mãe.
Ao chegar ao poço ali estava como de costume o profeta Eliseu, muitos se acercavam para escutar o que ele dizia, pois era muito respeitado por todo o povo. Ziva se encantava com tudo o que o profeta falava, e desde bem pequenininha todos os dias ali estava ela para escutá-lo.
-Leila o profeta já esta ali! – disse Ziva soltando a mão da irmã e correndo em direção onde estava o profeta.
-Cuidado Ziva, aqui vou te esperar, não demores muito – disse Leila com um tom de voz autoritária.
E assim era quase todas as manhãs de Ziva, enquanto sua irmã tirava água do poço e falava com as outras jovens da cidade, ela escutava o profeta e se maravilhava com os milagres que Deus fazia.
-Ziva! – gritou Leila – vamos já se faz tarde! Ajuda-me com os cântaros.
-E então que disse o profeta hoje? – perguntou Leila.
-Sabias que o profeta já ressuscitou um morto? – disse Ziva com lagrimas nos olhos.
-Como assim perguntou Leila ? – com cara de surpreendida
- Sim! Hoje o profeta contou que um dia ele foi na cidade de Suném onde uma mulher tinha um filho que morreu, e o profeta orou a Deus e o menino ressuscitou!
- Serio Ziva! Como o nosso Deus é maravilhoso! E o profeta é um homem de Deus! – disse Leila com um olhar surpreendido.
-Leila, será que algum dia Deus me pode usar para ajudar alguém que esteja sofrendo, eu queria muito poder falar assim como o profeta !
- Ziva você é muito tontinha!- disse Leila rindo da sua irmã.
Ao longe se escutaram gritos e um grande alvoroto começou acontecer em toda a cidade, algumas pessoas gritavam – Fujam! Os Sírios estão aqui!
Leila baixou o cântaro de água que trazia na cabeça e segurou fortemente a sua irmã, estava assustada e tratava de correr entre as pessoas.
Vários soldados corriam com seus cavalos entre o povo, Leila sentiu que puxavam a sua irmã de seu braço mas o empurrão que recebeu foi tão duro que teve de soltar a Ziva caindo fortemente no chão.
-Você menina vai servir para ajudar a esposa do meu senhor! – gritou o soldado com uma voz rude e agarrando a Ziva pelo braço.
-Não! -  gritou Leila levantando -se do chão e segurando a sua irmã.
Mas o soldado bateu fortemente em Leila e ferida caiu no chão como se estivesse morta.
Ziva começou a chorar fortemente enquanto o soldado a amarrava e a subia a seu cavalo.
Enquanto se afastavam da cidade, Ziva olhava para tudo o que ficava para trás o seu coração palpitava forte. Para onde me levam? E a minha  família?  Que vai ser de mim?

 

 

 

Mini Novela “Ziva” 2 – Novo começo

 

Leila ainda atordoada com a pancada que levou, foi correndo para casa avisar o sucedido à sua mãe.
“Mãe, mãe, vem rápido, não sabes o que aconteceu”, falava Leila ofegante e quase sem poder respirar, estava em prantos.
Quando a mãe escutou a aflição de Leila desde o interior da casa podia saber que algo terrível tinha acontecido, largou o vestido que estava bordando e saiu ao encontro da filha;
“Que aconteceu minha filha, onde está a sua irmã?”, disse a mãe com o coração palpitante.
“Mãezinha, os soldados Sírios levaram Ziva, eu tentei impedi-los mas não consegui, levaram a minha irmã cativa”, pranteava Leila com o rosto coberto de lagrimas.
“Entra Leila, vamos orar, nosso Deus não vai desamparar a sua irmã, ela é uma menina de muita fé e eu sei que o Deus de Israel irá guarda-la e protege-la.
Por sua vez Ziva via sua linda cidade ficando para trás, seus olhos cheios de lagrimas brilhavam como cristal, não sabia onde ia e pensar que não veria mais a sua família a angustiava demasiado.
Na sua cabeça passavam um turbilhão de pensamentos, onde iria, o que iria fazer, quando voltaria a ver a sua família, eram perguntas sem resposta.
Os soldados iam com rapidez, ate que chegaram à casa Naamã, comandante do exercito do rei da Síria, onde deixaram a jovem Ziva.
“Qual o seu nome jovem?”, perguntou a dona da casa.
“Ziva, minha senhora”, respondeu ainda com os olhos lacrimejantes.
“Você será minha serva, venha e lhe mostrarei seu quarto”, disse a esposa do comandante.
O quarto tinha uma pequena cama de madeira e uma mesinha, na parede uma minúscula janela, mas com uma linda vista para o jardim.
Ziva se deitou na cama e começou a falar com Deus, “Senhor, qual é o Seu proposito para mim nesta casa, o que vim fazer aqui, ajuda-me meu Deus, preciso que me dês forças para superar esta situação.
Aquela noite Ziva não conseguiu dormir direito, não parava de pensar na sua família, as recordações do seu dia-a-dia não saiam da sua cabeça.
Quando acordou com os raios de sol entrando pela pequena janela, ate pensou que estava em casa, mas logo se lembrou de tudo que tinha acontecido.
Se levantou e se vestiu, de repente se lembrou de Leila que sempre lhe fazia uma trança no cabelo e riam juntas antes de sair para o poço.
Mas logo voltou à realidade e saiu para começar seu trabalho, foi direto à cozinha, quando sentiu o cheirinho do pão foi inevitável não pensar na sua mãe, a mente voou longe.
“Bom dia Ziva, você acordou cedo, dormiu bem? Ziva, você escutou?”, perguntou a senhora por segunda vez.
“Oh, sim, minha senhora”, respondeu ela assustada, por estar com o corpo presente mas o pensamento bem longe.
“Hoje vou lhe mostrar suas obrigações, não se aflija que não lhe darei trabalhos pesados”.
“Não se preocupe senhora, estou aqui para lhe servir e farei o meu melhor”.
“Vamos então preparar o café da manhã para meu esposo, ele está doente, precisamos ter certos cuidados, vou te ensinar como fazer”.
Naamã era um homem importante e influente, homem de confiança do rei da Síria, mas tinha um grande problema, estava leproso.
Os dias foram passando e Ziva se desenvolvia bem nas tarefas domesticas, seus senhores lhe tinham carinho, seu jeito prestativo, atencioso e desinteressado conquistou o coração de Naamã e sua esposa, havia algo diferente em Ziva, algo que os cativava, mas eles não sabiam o que era.

 

 

Mini Novela Ziva 3 – Instrumento de benção

 

 

Ziva continuou servindo de todo o coração, sempre fazia o melhor de bom grado, seu bom testemunho cativava cada vez mais seus senhores.
Tudo que ela tinha aprendido sobre o Deus de Israel, queimava em seu coração, as palavras do profeta Eliseu, os milagres que ele contava estavam gravados dentro dela e isso a fazia ser feliz mesmo sendo cativa e morando no meio de um povo pagão.
Enquanto Ziva regava as flores coloridas do jardim, observou ao longe sua senhora que estava sentada num banquinho que ficava debaixo de uma linda e frondosa arvore ao fundo do quintal. Ela podia dar-se conta que o semblante de sua senhora estava caído, parecia estar triste e distante.
-Assim que Ziva decidiu se aproximar: “Minha senhora lhe trago este ramo de flores, acabo de cortá-las, porque seu semblante esta tão triste? Aconteceu alguma coisa?
“Ziva, minha querida, você sempre tão amável. O que acontece é que Naamã parece estar pior, a lepra se espalha e eu estou desesperançada, você sabe que não ha cura para ele, deve esperar a morte.”
-“Não diga isso senhora, tenho certeza que se meu senhor Naamã estivesse diante do profeta que está em Samaria, ele o curaria da sua lepra”, disse Ziva cheia de fé, lembrando de quando o profeta contou que ressuscitou um morto.
-“Ziva, Ziva, isso é impossível, já fiz tantas promessas aos deuses da Síria, nada aconteceu, não tem mais jeito”, dizia a senhora com lagrimas nos olhos.
-“Não minha senhora o Deus de Israel é diferente, ainda antes de ser capturada e trazida aqui, nesse mesmo dia ouvi quando o profeta contava que na cidade de Suném tinha uma mulher cujo filho estava morto, quando o profeta orou a Deus, o menino ressuscitou, não é maravilhoso senhora, Deus pode fazer o mesmo com meu senhor Naamã.”
A senhora estava espantada e maravilhada com tamanho relato, se levantou imediatamente e enxugou as lagrimas:
-“Ziva se você me garante que isso é verdade, eu vou crer em suas palavras, vamos falar com Naamã, ele precisa saber disso.”
As duas se apressaram para entrar na casa e falar com Naamã, mas ele parecia cansado; – “Ziva melhor falamos com ele outro dia, ele está tão débil”.
-“Não minha senhora, vamos falar agora, para que adiar mais o sofrimento do meu senhor?”
-“Que aconteceu, que estão as duas cochichando ai na porta?”, replicou Naamã em voz baixa.
-“Naamã, Ziva tem algo para lhe dizer, pode ser a solução para o seu problema.”
-“Solução, você não sabe que estou condenado, não ha cura para mim.”
-“Meu senhor, quando estava com minha família, eu e minha irmã íamos todos os dias ao poço buscar agua, eu aproveitava para escutar a pregação do profeta Eliseu, ele nos falava do poder do Deus de Israel e os milagres que Ele faz, ate um morto foi ressuscitado. Nossos pais sempre no ensinaram a fé no Deus vivo e ha vários escritos relatando os feitos do nosso Deus no passado também.
O senhor sabia que Deus abriu o mar vermelho para o povo de Israel passar em seco e não ser capturado pelos egípcios?
E que Deus curou a Ana da sua esterilidade e ela deu à luz ao profeta Samuel?
E que Deus multiplicou o azeite e a farinha de uma viúva em Sarepta que iria morrer de fome?”, dizia Ziva sem parar de falar, estava já ofegante.
Naamã estava atônito com a fé e entusiasmo que Ziva expressava ao relatar tais acontecimentos, aquelas palavras penetraram em seu coração, ele nunca tinha escutado esses feitos da parte dos deuses que sempre acreditou, isto era algo sobrenatural.
Que atitude Naamã vai tomar, será que ele crê ou vai falar que Ziva está fantasiando?

 

 

 

Mini Novela Ziva 4 – O milagre

 

Ziva terminou de falar e Naamã já estava com outra cara, todas aquelas palavras lhe levantaram o animo, e disse à esposa: -“Você crê nessas coisas que ela diz?”
-“Ela fala com muita convicção, tudo faz sentido, já tinha ouvido da fama do Deus de Israel.”
-“ Vou falar com o rei, pedirei autorização para ir a Israel, preciso conhecer esse tal profeta.”
No mesmo dia Naamã se dispôs e foi falar com seu senhor.  Lhe contou tudo o que Ziva tinha-lhe dito.
Ao que o rei lhe respondeu: -“ Vai de imediato, enviarei uma carta ao rei de Israel dizendo que te envio para que sejas curado da tua lepra e levaras contigo alguns presentes.”
Naamã estava animado para a viajem, mandou que sua esposa preparasse tudo o que fosse necessário, ela e Ziva iriam acompanha-lo, ele não via a hora de conhecer o profeta.
Assim que chegou o grande dia, a carruagem estava pronta com o necessário, eles partiram bem cedo.
Quando entraram em Israel, Ziva não podia conter a sua alegria de ver de novo a sua terra, tinha esperança de ver seus pais e irmãos, isso a enchia de gozo, mas ela estava concentrada no proposito que a levava a Israel, seu senhor seria curado e passaria a conhecer o Deus de Israel, assim como o povo da Síria.
Finalmente chegaram à casa de Eliseu, mas para surpresa de Naamã, Eliseu não saiu a recebe-lo,  mandou um mensageiro que lhe dissesse: -“Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficaras limpo.”
Naamã como era importante e influente se ofendeu e disse:
-“ Eis que pensava eu: Certamente ele sairá a ter comigo, pôr-se-á em pé, invocará o nome do Senhor seu Deus, passará a sua mão sobre o lugar, e curará o leproso.
Não são, porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles, e ficar purificado? Assim se voltou e se retirou com indignação.
Os seus servos, porém, chegaram-se a ele e lhe falaram, dizendo: -“Se o profeta te houvesse indicado alguma coisa difícil, porventura não a terias cumprido? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te, e ficarás purificado.”
Então Naamã pensou melhor teve que ser humilde e desceu, pois, e mergulhou-se no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne dum menino, e ficou purificado.
Então voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; chegando, pôs-se diante dele, e disse: -“Eis que agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel; agora, pois, peço-te que do teu servo recebas um presente.”
Ele, porém, respondeu: -“Vive o Senhor, em cuja presença estou, que não o receberei.” Naamã instou com ele para que o tomasse; mas ele recusou.
Ao que disse Naamã: “Seja assim; contudo dê-se a este teu servo terra que baste para carregar duas mulas; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor.”
 Eliseu lhe disse: -“Vai em paz.”
Todos voltaram muito alegres, Naamã tinha sido curado e isso era maravilhoso.
“Obrigado Ziva por ter me falado do seu Deus, não tenho como lhe agradecer.”, dizia Naamã radiante.
Ziva ia com a cabeça de fora da carruagem, seu cabelo se movia com o vento, ela fechou os olhos e se lembrou que uma vez falou a sua irmã o como gostaria de ser usada por Deus para ajudar as pessoas, assim como o profeta Eliseu.
Ela era jovem, mas sua fé e confiança em Deus fizeram toda a diferença na vida de seus senhores e colaborou para que um dos maiores milagres do Antigo Testamento acontecesse.
Ziva conseguiu provar a superioridade do Deus de Israel em relação aos deuses pagãos da Síria.
Em lugar de ficar amargurada e revoltada pela situação que viveu, Ziva cumpriu o proposito de Deus em meio a dificuldades e foi grandemente usada para levar o Deus de Israel a um povo que não o conhecia.
Que faríamos nós em seu lugar?
Esta historia foi baseada em 2 Reis 5. A bíblia não relata o nome da serva de Naamã, escolhi o nome hebraico Ziva pois significa brilho e esplendor, foi isso que ela levou à casa de Naamã.
FIM

Mini Novela Atalia 1 – O plano

 

Olá amigas, já estou de volta, e desta vez com uma nova historia, bem diferente às anteriores, espero que gostem.
Eram tempos difíceis para o povo de Israel, o reino que Davi havia edificado, agora consistia em dois reinos, o de Judá  onde os descendentes do rei Davi seguiam governando, e o reino de Israel  onde o Rei Acabe e sua esposa Jezabel governavam.
Jezabel era filha de Etbaal, rei dos Sidonios, povo idolatra que tinha Baal como deus, era uma mulher muito ambiciosa, e constantemente incentivava o seu marido a fazer o mal, o seu plano era reinar sobre os dois reinos, e a sua cabeça maquinava um plano atrás do outro para poder ter o domínio total.
Na sala do trono Jezabel estava recostada em seu sofá de veludo vermelho, era uma tarde de muito calor, e a inquietude dominavam os seus pensamentos.
-Tenho que acabar com todos aqueles que ainda acreditam nesse Deus de Israel, o único deus é Baal, tenho que acabar com a casa de Davi! – repetia uma e outra vez.
-Civia! Civia! – gritou Jezabel  com os seus gritos escandalosos que já eram conhecidos em todo o reino!
- Sim senhora! Aqui estou! – disse Civia com a cabeça baixa e já preparada para receber mais uma chicoteada.
- Sua incompetente! Você é surda?  Vá correndo aos aposentos dos meus conselheiros, os verdadeiros profetas, os servidores do grande Baal e diga que estou esperando por eles.
Civia saiu correndo em direção ao pátio real, quando estava quase saindo pela porta principal da sala do trono, os gritos de Jezabel a fizeram estremecer.
-Espera! Volta aqui! Sua serva inútil! Chame a minha filha a princesa Atália, quero ela aqui, ela tem que estar do meu lado, ela tem que aprender a reinar e a dominar este povo.
-Sim senhora! – disse Civia.
Quando Civia chegou nos aposentos de Atalia, esta estava de joelhos oferecendo culto a Baal.
- Princesa Atalia a rainha a manda chamar na sala do trono. – disse Civa com a cabeça baixa e a voz tremula.
- Sua ignorante! Sua desrespeitosa como você se atreve a interromper o meu ritual! Sai daqui! Antes que eu te bata.
Civia saiu correndo em direção aos aposentos dos conselheiros da rainha.
Atália se levantou, passou os dedos entre os seus cabelos, e caminhou firmemente em direção a sala do trono. Desde pequena Atalia era a copia de sua mãe, dominante, segura de si mesma, olhar altivo, e idólatra.
-Minha mãe! Minha rainha mandou me chamar! Aqui estou! Perdão pela demora mas estava terminando as minha preces a Baal! – disse Atalia
Jezabel deu um sorriso e se inclinando sobre a sua filha lhe perguntou – e que lhe pedias?
-O reino minha mãe! O reino por completo! Um dia eu quero ser a rainha em seu lugar!
Jezabel riu descaradamente! – Isso mesmo minha filha um dia você reinara no meu lugar mas agora temos que ver um plano para conseguir fazer uma aliança com Judá. Temos que juntar os dois reinos.
-Nossa rainha! Aqui estamos! – disseram os conselheiros da rainha.
-Meus queridos profetas, servidores de Baal, preciso de um plano para dominar os dois reinos, Judá tem que estar debaixo do nosso domínio.
-Nossa rainha a única maneira é através de uma aliança!- disseram os conselheiros.
-Aliança! Como assim, jamais Judá vai querer se aliar ao nosso reino!
-Rainha a aliança tem que ser uma aliança através de um casamento!- disseram os conselheiros.
-Casamento! Sim é uma boa ideia alguém da nossa casa real deve de  casar com o sucessor do trono de Judá! É isso mesmo! Mas quem? – Disse Jezabel olhando fixamente para a sua filha a princesa Atalia.
Será que Atalia vai aceitar fazer parte deste plano? Será que o plano vai dar certo?
Será que o rei Acabe vai aceitar casar a sua filha com o descendente da casa real de Judá?

 

 

 

Mini Novela Atalia 2 – O Banquete

 

 

Jezabel entrou correndo no jardim real, ao ver o rei Acabe sentado conversando com o conselheiro do reino, parou, respirou profundo e caminhou discretamente até eles.
- Boa tarde meu querido rei! – disse Jezabel com um sorriso irônico, passando as mãos sobre as costas do seu marido.
Ao vê-la o conselheiro do rei se levantou pedindo autorização para se retirar, pois Jezabel era temida por todos no reino.
- Minha rainha, que surpresa boa, que posso fazer por você? Já sabes que seus desejos são uma ordem! – disse o rei Acabe fazendo sinal com a mão para que Jezabel se sentasse ao lado dele.
Jezabel contou ao seu marido o plano que tinha para unir os dois reinos, casar Atalia com Jeorão, o filho do rei Josafá. Acabe logo se interessou pela ideia, e pediu a um dos servos que chamasse a Atalia.
Jezabel prepara o que dizer à sua filha e vai  dizendo em voz baixa – Vamos Atalia você pode fazer isto, e um dia você será a rainha de Israel e de Judá e a casa de Acabe reinará para sempre!
Atalia  entrou no jardim real, segura de si mesma, já imaginava o que os seus pais queriam falar com ela.
-Meu pai e minha mãe me mandaram chamar? – disse Atalia curvando-se diante de seus pais.
-Sim minha filha! – disse o rei Acabe – Queremos fazer uma aliança com Judá eu vou falar com o rei e oferecer você em casamento a Jeorão, e assim a casa de Acabe também reinará em Judá, porque eu sei minha filha que você dará um filho a Jeorão e ele será um dia o futuro rei de Judá!
-Que assim seja meu pai, tudo por o nosso nome e por Baal! – disse Atalia.
Atalia era uma jovem com uma beleza fria, por mais que tinha um rosto bonito, a sua altivez fazia dela uma pessoa desagradável, o seu olhar era comprometedor, era a copia da sua mãe em tudo.
O rei Acabe mandou mensageiros ao reino de Judá para convidarem o Rei Josafá  para um banquete. Este se surpreendeu muito quando o convite também era para o seu filho Jeorão, mas aceitou o convite.
Jezabel e Atalia estavam ansiosas, e prepararam o banquete detalhadamente pois nada podia dar errado.
-Mãe que cor de vestido posso usar? – perguntou Atalia com vários vestidos em suas mãos.
-O vermelho! Sim Atalia ele combina com a sua pele! Veste-o quero ver como  fica!
Atalia mais do que de pressa colocou o vestido, e olhando fixamente para a sua mãe perguntou – Como ficou mãe?
- Linda minha filha, levante a sua cabeça, você é toda uma rainha! A futura rainha de Judá- disse Jezabel puxando o vestido de sua filha para baixo para que pudesse mostrar um pouco os ombros e ficar mais sensual.
-Vamos já está na hora! Eles já devem ter chegado! Que Baal seja conosco! – disse Jezabel.
A sala do banquete estava linda, mesas cheias de comidas e frutas, havia músicos tocando arpas que ambientavam o salão. Na mesa principal estavam sentados os reis dos dois reinos, e na mesa dos príncipes lá estava sentado Jeorão, com os filhos de Acabe.
Um dos servos se aproximou da entrada do salão do banquete e batendo com as mãos chamou a atenção de todos, a musica parou e o silencio foi total.
-A rainha Jezabel e a princesa Atalia! – anunciou o servo.
As duas entraram no salão, com olhar altivo e com toda a soberba que as caracterizava, e todos se levantaram.
-Já está minha filha! O nosso plano funcionou, olha como Jeorão olha você! Ele está fascinado com a sua beleza! – disse Jezabel .
-Meus irmãos de Judá, estamos aqui esta noite com o prazer da vossa presença, e eu queria aproveitar para fazer uma proposta que convém aos nossos reinos, que é a união das nossas famílias, o reino de Israel e Judá , quero dar em casamento a minha filha Atalia a teu filho Jeorão! – disse o rei Acabe, levantando a sua copa de vinho, em direção ao Rei Josafá.
Qual será a resposta do rei Josafá? Será que Jeorão vai querer casar com Atalia? Será que esta aliança é boa para o povo de Judá?

 

 

 

Mininovela Atalia 3 – Tragédias

 



A união já estava feita, já não havia volta atrás, os reis já tinham dado as suas palavras, e assim a casa de Acabe conseguiu entrar no reino de Judá.
O plano tinha sido perfeito, Jezabel desfrutava da sua vitória no jardim real acompanhada dos seus sacerdotes. As suas risadas histéricas se faziam ouvir a cada momento.
-Civia! Civia! – gritou Jezabel – Trás mais vinho para mim e para os sacerdotes de Baal! Estou feliz porque agora Atália será uma aliada nossa dentro do reino de Judá!
Os sacerdotes riam e celebravam com Jezabel  a aparente vitória, eles odiavam o reino de Judá porque o Deus todo poderoso era o seu Deus, e o plano era corromper a casa de Judá.
O tempo passou, Judá e Israel estavam em paz entre si, Atalia estava no reino de Judá casada com Jeorão, e pouco a pouco mostrava o caráter igual ao da sua mãe, pois a ligação com ela era muito forte, Jezabel era a mentora de Atalia, e a cada momento se encontravam no templo de Baal, para fazer os rituais.
Atalia deu um filho a Jeorão e o fizeram chamar Acazias, era o primeiro filho homem de Jeorão, a casa de Davi seguia estabelecida, mas influenciada pela maldade da casa de Acabe.
O exercito da Síria sempre rodeava as terras de Judá e de Israel, pois queria derrotá-los, e dominar ambos os reinos. O Rei Josafá  Junto com o Rei Acabe partiram para Ramote-Gileade para pelejar contra o exercito da Síria. Em Israel Jezabel oferecia sacrifícios a Baal junto com os sacerdotes e as sacerdotisas, para que o rei Acabe ganha-se a vitoria e regressa-se com vida.
Passaram dias e ninguém sabia nada do que acontecia no campo de Batalha, até que um mensageiro chegou, o alvoroto logo se fez sentir em todo o reino.
-Por favor deixem-me passar, abram portas tenho uma mensagem para a Rainha!
Jezabel saiu correndo em direção ao mensageiro.
-Fale logo! O rei está vivo?
-Não rainha o rei morrei em combate e foi levado para Samaria, o carro que o transportava estava cheio de sangue e foi levado para junto do tanque de Samaria, e os cães lamberam-lhe o sangue.
-Para! Para! – gritou Jezabel com as mãos na cabeça e rodando como se estivesse louca.
- Eu amaldiçôo esse profeta! Tudo o que ele disse se cumpriu na vida de Acabe! Maldito! Maldito esse Deus por quem ele fala.
A raiva e ódio cada vez eram mais fortes no coração de Jezabel, ela odiava os profetas de Deus, odiava todos os que serviam ao Deus de Israel, ela queria matá-los a todos.
Acazias filho do rei Acabe subiu ao trono, mas tudo o que era mau perante o Senhor era o que ele fazia, sua mãe era a que influenciava o reino, e perseguia a todos os profetas do Senhor.
A ira do Senhor estava sobre a casa de Acabe, e tragédia atrás tragédia acontecia.
-Senhora! Senhora! Gritou Civia!
-Fala Civia você não vê que estou ocupada!
-Senhora seu filho, o rei caiu da varanda do pátio real e está muito ferido!
Jezabel saiu correndo mas nada se pôde fazer, o seu filho adoeceu de morte. E assim estava a casa de Acabe, cheia de tragédias mas as maldades de Jezabel seguiam.
O tempo passou e um jovem profeta de Deus ungiu a Jeú para ser rei da Casa de Israel e acabar com a casa de Acabe, pois a ira de Deus era muita, porque cada vez mais a maldade se multiplicava no reino de Israel. E assim disse o profeta a Jeú – o Senhor  disse: – porque hei -de fazer que a casa de Acabe desapareça como a casa de Jeroboão e os cães comerão a Jezabel no campo de Jizreel , e não haverá quem a enterre.
Jeú chegou a Jizreel, e Jezabel ao saber tratou logo de seduzi-lo, pintou em volta os olhos e enfeitou a cabeça e olhou pela  janela. Ao ver Jeú entrar pela porta disse com um sorriso irônico – Teve paz Zinri, que matou a seu Senhor?
Ao que ele levantou o rosto para a janela e disse: – Quem é comigo? Quem? – dois dos eunucos da rainha olharam para ele.
-Lançai-a daí abaixo – e eles a lançaram, e foram salpicados com o sangue.
E  assim Jezabel morreu e o seu cadáver foi devorado por cães.
A noticia chegou a Judá, e Atalia chorava de ira, dentro de si o ódio foi aumentando. Afinal a mãe era a sua melhor amiga, tudo que ela sabia foi a mãe que ensinou, ela era a fotocopia da mãe e possuía a mesma maldade.
O que será que Atalia vai fazer, será que ela vai querer vingar a morte da mãe?

 

   

 

Mininovela Atalia 4 – Maquiavélica

 



Tinha dias que Atalia estava fechada em seus aposentos reais, não queria ver nem escutar ninguém, do lado de fora as suas servas se assustavam com os gritos e as maldições que Atalia dizia uma e outra vez. A sua mãe sempre esteve presente em tudo e agora que ela morreu ela tinha que pensar só, tinha que tomar as decisões certas, tinha que vingar a casa de seu pai. Atalia era uma influencia muito má para o reino de Judá, seu esposo o rei Jeorão fazia tudo o que ela mandava, desagradando a Deus.
O reino de Judá estava enfraquecendo, Jeorão por influencia de Atalia  construiu altares idolatras nas colinas de Judá, levando o povo de Jerusalém, a prostituir-se e a desviar-se do Senhor.
Jeorão aproximou-se dos aposentos de Atalia e batendo na porta disse:
-Atalia abra tenho que falar com você! – disse o rei com uma voz alterada.
Ela abriu a porta do quarto, o seu rosto estava marcado pelo ódio e a frieza, o seu cabelo estava solto e lhe cobria quase todas as costas, estava com uma túnica rosada de linho e caminhava  descalça por todo o quarto.
-Passe meu rei! – disse Atalia com o mesmo sorriso sínico pelo qual a sua mãe foi conhecida.
Jeorão entrou correndo e nervoso sentou-se no sofá e na mão direita segurava uma carta.
-Leia isto! Vê se você acredita! Eu não posso acreditar que o profeta Elias está  fazendo isto comigo!
-Elias! O  que alvorotou a casa do Pai, que amaldiçoou os meus pais? Que quer esse maldito.
Ao ler a carta Atalia amaldiçoou a Elias, e jurou por Baal que ela ia se vingar de Elias e de todos os profetas do Deus vivo, e de todos os que serviam ao Senhor.
A carta era a sentença de morte de Jeorão. O Senhor estava muito triste com o reinado de Jeorão, porque ele tinha desviado o reino de Judá para o mal, e uma e outra vez fazia o que era mau  aos olhos do Senhor, e por causa disso uma doença terrível no ventre o iria levar à morte.
Atalia foi com o seu filho Acazias para o templo de Baal para oferecer sacrifícios, pois dentro dela ela sabia que tudo o que Elias falava se cumpria, assim morreram os seus pais, tal e qual como os profetas de Deus tinham dito.
Jeorão estava na sala do trono quando sua filha Jeoseba pediu licença para entrar. Ela era filha da primeira esposa de Jeorão, era uma mulher muito temente a Deus, e era casada com Joiada , sacerdote do templo do Senhor. Não tinha uma boa relação com Atalia nem com o seu irmão Acazias, mas amava o seu sobrinho, o pequeno Joás que era filho de Acazias, e futuro sucessor do trono de Judá.
-Fala minha filha! – disse o rei.
-Meu rei e meu pai! Se me permite falar, venho lhe dar um conselho, meu rei! Desde que Atalia chegou neste reino tudo tem estado errado meu pai! Lembra de Davi nosso pai? E de tudo que ele fez que agradou o Senhor nosso Deus? Pois é meu pai, olha o seu reino, faz tempo que o senhor nem no templo do nosso Deus vai oferecer sacrifícios, parece que o senhor abandonou os princípios da casa de Davi!
Jeorão se encheu de ira, o seu rosto ficou vermelho, se levantou do seu trono, e gritando expulsou a Jeoseba da sala.
-Sai daqui sua ingrata! Já não basta as cartas de Elias e agora também tenho que escutar você? Sai da minha frente!
Jeoseba virou as costas e saiu em direção ao jardim real, quando viu a seu sobrinho Joás nos braços da ama, o carregou no colo e o abraçou fortemente, e bem baixinho disse: – Um dia você será Rei de Judá e fará tudo que agrada ao Deus de Israel, e a casa de Davi será honrada por você!”- Beijou-o e devolveu-o à ama.
O tempo passou e assim como tinha dito o profeta Elias, Jeorão adoeceu mortalmente com uma doença no ventre, que fez os seus intestinos arrebentarem. Ninguém chorou por ele, foi sepultado na cidade de Davi, mas não nos túmulos dos reis.
Acazias seu filho subiu ao trono mas o seu reinado tinha os dias contados, além de fazer o mal a sua mãe Atalia estava ali do lado influenciando como tinha feito com o seu pai.
Jeú o rei de Israel queria acabar com toda a casa de Acabe, ele tinha acabado com Jezabel, mas ainda faltavam alguns membros da casa de Acabe. E assim Jeú, junto com os seus soldados acurralaram e mataram a Acazias quando este tinha um ano de reinado.
Atalia estava na varanda real, quando viu uma carroça se acercar do portão principal da cidade, os soldados choravam e um corpo estava estendido dentro da carroça.
Atalia saiu correndo tropeçando nos vestidos, e ao chegar  onde estava a carroça levantou o lençol que cobria o corpo do seu filho, o rei Acazias.
-Não! -Gritou Atalia caindo de joelhos no chão! E arrastando as mãos sobre a terra gritava e amaldiçoava a todos.
-Já chega! Eu vou acabar com todos os descendentes desta casa maldita de Judá! – disse Atalia se levantando e batendo com a mão no peito.
-Escutem bem! Povo de Judá! Eu agora serei a Rainha desta terra! Eu vou governar este reino e ai daquele que se atrever a interferir no meu reinado!- Secou as lagrimas e caminhou em direção ao palácio.
-Soldados! Capitão da guarda real! – gritou Atália!
-Sim senhora! – disse o capitão.
-Presta atenção no que eu vou falar! Agora eu sou a autoridade máxima deste reino entendeu? Você vai me obedecer em tudo se não quer morrer! Eu quero que busque todos os homens da família real de Judá, do maior ao menor, do velho a criança, e hoje mesmo quero que os matem! Entendeu?
-Mas rainha e o seu neto Joás? Ele também é da família real de Judá?
-Ele também! Que parte você não entendeu! Eu disse todos!
Atalia chegou onde ela sempre desejou, ao domínio total do reino, ela agora não tinha que influenciar, era somente fazer o que ela queria, ela era a que governava!
Mas o que será que vai acontecer com Joás? Será que Atalia vai conseguir o que ela quer?
Será que o pequeno Joás vai conseguir escapar desta situação, será o fim da casa de Davi?

 

 

Mininovela Atalia 5 – A heroína Jeoseba

 



O cenário no reino de Judá era muito triste, nas casas que descendiam da família real se escutava a dor e o choro,  Atalia mandou matar a todos, ela não queria que ninguém fosse uma ameaça para o seu tão esperado poder absoluto.
Jeoseba estava no pátio da sua casa que ficava atrás do Templo de Deus quando escutou uma jovem gritar pelo seu nome, eram gritos de desespero, se levantou pousando o pano que estava bordando em uma pequena mesa de pedra, e se dirigiu ao portão principal da casa. Ao abrir a porta se surpreendeu, com a pequena Ana, uma das servas do palácio real, que em prantos, tentava explicar a Jeoseba o que estava acontecendo.
-Senhora por favor temos que fazer algo, Aliza, a ama do pequeno Joás me mandou correndo, ela escondeu o pequeno no quarto das servas da casa real, mas estamos com muito medo porque Atalia quer matá-lo, e ele é a esperança para o nosso reino.
-Tranquila Ana, isso não vai acontecer, a casa de Davi nosso pai ninguém pode acabar com ela, você entende? Temos a promessa do nosso Deus, e Ele nunca desamparou o nosso povo, o povo Dele! – disse Jeoseba cobrindo a cabeça com um manto escuro e fechando o portão da casa.
-Vamos Ana! É hora de fazermos algo! Vai na frente e pede a Aliza que deixe o portão do pátio das servas reais aberto, pede para ela colocar o pequeno Joás  numa cesta de palha com  lençóis brancos por encima e avisa-a que eu já estou a caminho. Corre Ana! Deus vai-nos proteger!
Todos os pátios reais estavam rodeados de soldados, se eles protegessem alguém da família real de Judá pagariam com a própria vida, e o pátio das servas não era exceção, ali estavam os guardas, e Ana ao vê-los se assustou, e por um momento teve medo, mas entrou na casa das servas e junto com Aliza fizeram tudo como Jeoseba tinha dito.
Quando Jeoseba se aproximava do portão viu o guarda, e por um momento se paralisou. E começou a orar -“ Deus de Israel lembra-te da casa do teu servo Davi, lembra-te que o Senhor nos deu a tua promessa, e agora a casa de Acabe que sempre fez o mal, que tem corrompido a tua nação quer acabar com o futuro do nosso povo, Deus estou nas tuas mãos! Dá-me  a tua força!” – Respirou profundo e seguiu.
-Boa tarde guarda real!- disse Jeoseba ao entrar no portão e escondendo o rosto entre o manto que lhe cobria a cabeça.
-Passa serva! Vai logo fazer os seus afazeres! – disse o guarda, sem reconhecer que era Jeoseba, a filha do rei e enteada da rainha Atalia.
-Assim será! Hoje irei fazer algo importante por este reino! – disse Jeoseba entrando na casa das servas.
Jeoseba, Ana e Aliza se abraçaram, a vida delas estava em perigo, mas elas sabiam que tinham que fazer algo.
- Onde está Joás? – perguntou Jeoseba
-Aqui está! – disse Aliza mostrando o pequeno Joás dentro de um baú de palha.
-Oh meu pequeno, Deus vai te usar para você fazer a diferença neste reino, você será um rei, bom e temente a Deus e levará esta nação de volta ao caminho do nosso Deus! – disse Jeoseba abraçando a seu sobrinho.
-Para onde o levas? – perguntou Ana assustada.
-Para um lugar onde Atalia jamais  entrou, e nunca entrará, pois ela despreza esse lugar com todo o seu coração, mas é ai onde o nosso futuro rei ficará até que chegue o momento que Deus o mande assumir este reinado! – disse Jeoseba colocando o seu sobrinho no cesto de palha e com muito cuidado cobrindo-o com os lençóis.
As três se despediram, Aliza chorava, pois era a ama do menino e o amava, Ana acompanhou a Jeoseba até ao portão, e as duas oravam a Deus para que o menino não fizesse nenhum ruído.
-Espera! – disse o guarda que estava no portão – Que levas nesse cesto?
Jeoseba e Ana se paralisaram, o coração delas batia forte como se fosse sair do peito, Jeoseba respirou profundo desceu o cesto com muito cuidado e abriu um pouco a tampa do cesto e com a voz segura respondeu – lençóis, para lavar no rio!
-Ah!Ah!Ah!Ah! – riu o guarda! – Isso era o que você tinha que fazer de tão importante por este reino! – Ah!Ah!Ah! – que serva mais abusada.
-Lavar os lençóis desta casa real é algo importante senhor guarda.
-Sai logo daqui! Antes que eu perca a paciência contigo! – disse o guarda.
E assim Jeoseba deixou o palácio real para trás com o pequeno Joás e o futuro da casa de Judá dentro dum cesto. Onde será que o leva? Será que Atalia vai descobrir onde está Joás? Será que a casa de Davi vai se levantar de novo?

 

 

Mininovela Atalia 6 – Israel e seu novo Rei

 



Jeoseba caminhava pelas ruas da cidade, com o seu sobrinho dentro do cesto. Ao largo do caminho, tentava desviar a atenção dos guardas reais que estavam espalhados por toda a cidade, mas dentro dela estava em paz, ela sabia que o pior já tinha passado, o seu sobrinho estaria a salvo, ela tinha confiança no Deus dos seus pais, ela podia sentir a proteção de Deus na vida daquela criança.
“Obrigada meu Deus! Porque tivestes misericórdia daqueles que te somos fieis! – repetia Jeoseba uma e outra vez.
Jeoseba era uma mulher muito sabia ela era casada com o sacerdote Joiada que servia no templo de Deus, eram uma família muito temerosa e serviam a Deus de todo coração, eram um exemplo para toda a cidade e eram respeitados, por todo o povo.
-Joiada! Meu senhor e esposo meu! – disse Jeoseba entrando numa sala do templo  onde o seu esposo meditava nas escrituras sagradas.
-Que aconteceu Jeoseba? – disse Joiada se levantando e correndo em direção à sua esposa.
Quando se aproximou o choro do pequeno Joás o assustou.
-Que é isso? Que trazes dentro do cesto? De quem é este choro? – perguntava o sacerdote com uma expressão assustada.
Jeoseba abriu o cesto e agarrou o pequeno Joás nos braços, o beijou e olhando para o seu esposo, disse – eu trouxe para o templo do nosso Deus o futuro rei,  o descendente do nosso pai Davi.
Joiada abraçou os dois fortemente e agarrando o pequeno Joás o levantava para os céus e agradecia a Deus.
-Meu Deus, eu vou fazer dele um grande homem de Deus! Um grande rei, que andará no teu caminho, e seguirá os passos de nosso pai, o rei Davi! – disse Joiaba com lagrimas em seus olhos.
-Rápido Jeoseba, temos que escondê-lo  num dos quartos, consiga tudo que o menino vai precisar, mas temos que ter muito cuidado porque ninguém pode saber que ele está aqui!
Jeoseba saiu do templo e foi para casa a buscar tudo o que eles iam necessitar para o pequeno Joás, ao chegar ao portão principal levou uma surpresa, com a presença de Aliza, a ama do pequeno Joás.
-Aliza,  o que está fazendo aqui?
-Senhora Jeoseba  onde está o meu menino? Não me quero separar dele, por favor deixe me ajudar a cuidá-lo.
-Está bem Aliza! Não temos tempo a perder, mas você vai ter que ficar escondida com ele, e não sabemos por quanto tempo!
E assim as duas foram para o Templo e ali ficaram cuidando do pequeno Joás, que crescia com amor, e com muito temor a Deus, ele era uma criança muito sabia e gostava de escutar o seu tio ler as escrituras sagradas.
Atalia governava feliz, não tinha ninguém para interferir no seu reinado, a sua maldade se multiplicava por todo o reino e ela se sentia no auge, no poder total e absoluto, o reino se corrompia a cada dia.
Sete anos se passaram, e o sacerdote Joiada  encorajou-se e fez um acordo com os lideres dos batalhões de cem, era chegado o momento! Joás seria rei!
Os lideres dos batalhões percorreram todo o Judá e reuniram de todas as cidades os levitas e os chefes das famílias israelitas. Quando chegaram a Jerusalém toda a assembleia fez um acordo com o rei no templo de Deus.
Joiada lhes disse: – reinará o filho do rei, conforme o Senhor prometeu acerca dos descendentes de Davi?
-Sim reinará! – gritava toda a assembleia.
-Vocês vão fazer o seguinte: Um terço de vocês, sacerdotes e levitas que entrarão de serviço no sábado, deverá ficar vigiando nas portas do templo, um terço no palácio real e um terço na porta do Alicerce; e todo o povo estará nos pátios do templo do Senhor .
Ninguém deverá entrar no templo do Senhor , exceto os sacerdotes e os levitas de serviço; estes podem entrar porque foram consagrados, mas o povo deverá observar o que o Senhor lhes determinou. Os levitas deverão posicionar-se em torno do rei, todos de armas na mão. Matem todo aquele que entrar no templo.
Acompanhem o rei aonde quer que ele for!
Os levitas e todos os homens de Judá fizeram como o sacerdote Joiada havia ordenado.
Posicionaram-se todos os homens, cada um de arma na mão, em volta do rei, perto do altar e no templo, desde o lado sul até o lado norte do templo.
Joiada e seus filhos trouxeram o filho do rei e o coroaram; entregaram-lhe uma cópia da aliança e o proclamaram rei, ungindo-o e gritando: – Viva o rei! Viva o rei!
Quando Atalia ouviu o barulho do povo correndo e aclamando o rei, foi ao templo do Senhor , onde estava o povo. Lá ela viu o rei à entrada, em pé, junto à coluna. Os oficiais e os tocadores de cornetas estavam ao lado do rei, e todo o povo se alegrava ao som das cornetas; os músicos, com seus instrumentos musicais, dirigiam os louvores.
Então Atalia rasgou suas vestes e gritou: Traição! Traição!
O sacerdote Joiada ordenou aos líderes dos batalhões de cem que estavam no comando das tropas: -Levem-na para fora por entre as fileiras , e matem à espada todo aquele que a seguir! Mas não a matem no templo do Senhor!
Então eles a prenderam e a levaram à porta dos Cavalos, no terreno do palácio, e lá a mataram. E Joiada fez um acordo pelo qual ele, o povo e o rei seriam o povo do Senhor .
Então todo o povo foi ao templo de Baal e o derrubou. Despedaçaram os altares e os ídolos, e mataram Matã, sacerdote de Baal, em frente dos altares.
Joiada confiou a supervisão do templo do Senhor aos sacerdotes levitas.
Depois conduziram o novo rei do templo do Senhor ao palácio, passando pela porta superior, e instalaram o rei no trono; e todo o povo se alegrou. A cidade acalmou-se depois que Atalia foi morta à espada.
Vemos o que pode fazer uma mulher inspirada pelo diabo. Jezabel influenciou a filha Atalia com sua maldade, e as duas destruíram um povo, mas como sabemos o fim das duas foi terrível.
Por outro lado vemos como uma mulher temente a Deus e corajosa, pode livrar uma nação, como foi o caso de Jeoseba. Usada por Deus para fazer o bem ela livrou da morte o pequeno Joás e abençoou todo o povo.
Esta novela está baseada no livro de 2 Crônicas do capitulo 18 ao 23 e no livro de 2 Reis do capitulo 9 ao 11.
FIM








PRODUZIDO POR

KELLI KITZMANN - 2013




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